"As mulheres negras, por exemplo, quando passam na rua, ainda ouvem homens que têm a ousadia de falar do quadril largo, das nádegas grandes, do corpo, como se a gente estivesse no período de escravidão. Não estamos, querido! Nós estamos no processo democrático! Vai ter que aturar mulher negra, trans, lésbica, ocupando a diversidade dos espaços." - Marielle Franco.
Valente e brasileira, Marielle Franco, era socióloga, ativista e vereadora. Também conhecida como "Cria da Maré" e como uma mulher preta extremamente forte, não temia os poderosos. Atuava na defesa dos direitos humanos e conseguiu colocar em pauta toda a opressão, discriminação, racismo e violência que as regiões periféricas do RJ sofrem.
Como retaliação pela sua luta e por denunciar crimes de abusos de poder policial nas regiões periféricas do RJ, a vereadora foi executada a tiros em 2018. Com o objetivo de calar a sua voz, os assassinos caíram na armadilha do racismo e do medo de que seus crimes viessem à tona. Pensaram que ela seria esquecida, por ser só mais uma mulher preta e LGBTQIA+. Mas, como ela nunca permitiu que algum macho escroto a calasse, Marielle vive, mesmo após sua execução.
"Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?" - Marielle Franco.
Nunca será esquecida, pois se tornou unidade com as mulheres e homens da periferia, vivendo dentro de cada um que se revolta e não se acovarda. Dentro de cada um que luta contra esse sistema violento e genocida. E é assim que Marielle segue presente e ganha força, pois é um símbolo de resistência, representatividade, coragem e poder feminino.
E que seja feita justiça por ela e por todos que ficaram. E por aqueles que são prejudicados e oprimidos pela elite corrupta e assassina dos direitos básicos do povo.
“O mandato de uma mulher negra, favelada e periférica precisa estar pautado junto aos movimentos sociais, junto à sociedade civil organizada, junto com quem está fazendo” - Marielle Franco.
O sistema esperava que Marielle se tornasse apenas um número. Só que todas as mulheres, que em algum momento de suas vidas tiveram seus direitos violados, sabe que a execução da "Cria da Maré" jamais será estatística. E quando todas protestam ou usam a força e a coragem nas palavras, é a voz da Marielle que ecoa por elas!
Marielle, presente! Agora e sempre!
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